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Arquitetos: FGMF
- Área: 525 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:Fran Parente
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Fabricantes: Atec, DivDesign, Dpot, Esquadrias e Ferragens, La Classe, Lar Engenharia, MRS, Marcenaria Rutra, Pedracor, Piso em Piso, Portobello, Suvinil, Teto Mobília, Verona, Worldecor Persianas
Descrição enviada pela equipe de projeto. Convidados para uma concorrência de projeto de arquitetura para dois andares do escritório de advocacia BPGM, nos deparamos com uma divisão clara: Um andar, maior, operacional, e outro, ligeiramente menor, para salas de reunião e área administrativa. Uma vez definida a divisão clara entre andar funcional e andar social, recaiu sobre o primeiro a necessidade de representar a visão do escritório BPGM para os clientes e advogados convidados.
Para tanto, nos pareceu uma opção interessante organizar o escritório de forma radial: todas as salas de reunião ficariam então no perímetro do conjunto, com vistas para fora e iluminação natural, e no centro do conjunto, o ponto focal do visitante, ficaria uma grande biblioteca que organiza os fluxos para as diferentes salas. A iluminação natural da biblioteca e corredores é garantida através de bandeiras de vidro continuas em todas as divisórias das salas periféricas.
No entanto a biblioteca havia ganhado uma importância simbólica grande ao se tornar o elemento organizador da planta e dos fluxos do conjunto. Também nos pareceu adequado que ela fosse o primeiro elemento visível ao visitante, assim que este saísse do elevador.
Havia, portanto uma necessidade de que a biblioteca não fosse apenas um elemento que acumulasse e organizasse os livros, mas sim que representasse a ideologia do escritório. Sua responsabilidade passaria a ser dupla: Uma biblioteca bem organizada, mas também um elemento interessante e diferente: sóbrio ao ponto de não comprometer a necessidade de seriedade e confiança que um escritório de advocacia deve transparecer, mas inovador e contemporâneo como é a essência do escritório BPGM. Havia então uma espécie de conflito entre tradição e inovação.
Para responder a esses anseios aos quais havíamos nos lançado surgiu a idéia de que a biblioteca se tornasse uma espécie de pequeno labirinto, com ângulos inusitados, trechos abertos e trechos fechados. Além disso, alguns locais teriam janelas por onde quem estivesse nos corredores pudesse olhar para dentro e outros locais seriam completamente fechados.
Também projetamos a biblioteca de modo que ela jamais tocasse o chão. A biblioteca inteira se tornou um elemento flutuante, suspenso, que jamais toca o piso, pairando de forma quase misteriosa a 40 centímetros da laje. O trabalho do advogado é cerebral em essência. Ele toma forma em contratos e discussões, mas é um trabalho de serviços, embasado nas pessoas e no conhecimento. A biblioteca no centro do conjunto nada mais é do que a representação do conhecimento coletivo à disposição dos clientes do escritório BPGM. Esse conhecimento abstrato toma forma etérea, flutuante, ao não encostar-se ao chão ou nas paredes através do elemento biblioteca – um pequeno labirinto flutuante que contém o conhecimento do escritório e, embora contemporâneo, exprime toda a sua tradição.